CIRURGIA ORTOGNÁTICA - 91 DIAS

91º. Dia. 11/12/2009. Fico aqui pensando no encontro de ontem e nas coisas que ouvi. Um dos “pós”, Bruno, me disse que após dois anos de operado ainda não sente o queixo. Meu sobrinho Saulo, que ainda vai fazer um ano, já tem quase toda sua sensibilidade de volta na região mencionada. Eu, com 90 dias, ainda sinto-me como Bruno. Mas fui advertida por Dra. Vanessa, na época, e relembrada durante o encontro de ontem, que algumas pessoas não retornam jamais sua sensibilidade nesta região específica do queixo. Um preço módico a pagar em função do quanto ganhamos de fato Não creio que terei de pagar esse preço, porém. Confio que vou voltar a sentir. Agora vou interromper as informações no blog por um curto período. Vou curtir as festas de fim de ano, e relaxar. Já dei férias a fisioterapeuta, a fonodiologa e a Dra. Vanessa também. Só verei todas no próximo ano. Mas os exercícios, continuarei fazendo, isso não pode parar. Até breve.Boas festas.

CIRURGIA ORTOGNATICA - 90 DIAS

90º.Dia 10/12/2009 – Hoje é um dia triplamente especial. Hoje completo 90 dias de operada!!!!! Hoje é o aniversário de minha querida irmã Rogéria, que mora em SP e finalmente hoje aconteceu o primeiro encontro pós-ortognática promovido por Dra. Vanessa. Não podia faltar. Lá estava com minha irmã Meire (o meu anjo da guarda nesta jornada difícil) e meu sobrinho Saulo, o corajoso desbravador deste caminho. Foi no restaurante Jerimun. Todo o local foi fechado para este evento e foi muito bom estar com pessoas que já viveram experiências semelhantes. Eram operados de 07 anos a dois meses. Mas no geral todos nós nos identificamos. Foi um momento especial. Obrigada a Dra. Vanessa por nos proporcionar viver essa emoção. Percebo o quanto esses anjos vestidos de médicos ajudaram, ajudam e irão ajudar ainda tanta gente, mudando as pessoas, sempre para melhor, na busca da recuperação da auto-estima, da melhoria de uma qualidade de vida, que acredito seja o principal objetivo atingido. É toda uma equipe de profissionais: médicos, fisioterapeuta, técnicas de enfermagem, fonodiólogas, além dos ortodontistas, sempre trabalhando em conjunto e em prol da recuperação e bem-estar dos pacientes. Parabéns e obrigada. Está sendo uma grande dádiva fazer parte deste grupo cada vez maior de pós-operados. Um dia para ficar marcado!

85º. Dia. 05/12/2009. Hoje minha irmã que mora em SP me viu pela primeira vez. A primeira coisa que me perguntou foi: “ainda está inchada?” rsrs. De fato estava um pouco inchada. Nesta fase qualquer esforço maior causa um leve inchaço. E eu tinha empurrado a cama dela pela manhã para o lugar. Tinha esquecido que não podia fazer esforço. Mas logo me recuperei. Isso acontece porque ainda tenho edemas e só melhora depois de 06 meses aproximadamente. Aproveito para esclarecer algumas pessoas que continuam a me mandar e-mail, que as respostas sempre serão colocadas aqui no blog ok? Muitos querem saber quanto tempo para desinchar, quanto tempo para sentir, etc. Cada pessoa tem a reação de acordo com seu próprio organismo. Mas a região do queixo, por exemplo, demora mais para retornar. Tem pessoas que demora até um ano. Existe sim a possibilidade de não voltar, mas todas as pessoas que conheço e fizeram essa cirurgia voltou sim. Mas demora. Minha médica me orientou a estimular a área com objetos pontiagudos (ficar pinicando de leve), passar gelo, etc. Manipular para acelerar o processo. A minha cirurgia mexeu com tudo. Foi uma cirurgia fragmentada (o palato foi cortado, a gengiva também, ganhei queixo). Sinto muita coceira no queixo e pela manhã sempre está tudo travado. Faço mil caretas para ir soltando. Mas a sensação de formigamento geralmente me segue durante todo o dia. Também tenho a sensação de que o lábio inferior está inchando por dentro. A fonodiologa me disse que minha voz não será a mesma já que meu aparelho fonador mudou. O timbre será outro. Ainda estou falando arrastado como se fosse estrangeira. Mas o meu baianês vai voltar.
Não pretendia assustar ninguém com esse blog, apenas ilustrar minha experiência. Não é fácil, porém tudo passa. Desde o momento que entrei no hospital me investi de uma calma e de uma coragem sem par. E estou persistindo nisso. Nada de pensar no que vem por aí, mas ficar feliz com os progressos que alcanço a cada dia. Paciência, é a melhor dica!!!.Até mais.
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84º. Dia 04/12/2009. A cada dia me sinto melhor. Mas tenho ainda pequenas dificuldades, que fazem parte do processo. Estou caprichando nos exercícios; alguns eu não consigo ainda fazer, mas vou conseguir. Acontece uma coisa engraçada comigo: a imagem que tenho de mim mesma na memória não bate com o que vejo no espelho. É uma sensação estranha. Com alguns membros da minha família acontece o contrário. Minha mãe já se esqueceu de como “eu era”, sempre recorre a uma fotografia para se lembrar. Alguns dos meus amigos, que já me viram após a cirurgia, ainda não se acostumaram, sempre me olham com admiração a cada encontro e ficam me encarando procurando não sei o que... Hoje uma vizinha me perguntou no elevador: você é irmã de Rosângela? Eu disse eu sou Rosângela. Explique rapidamente que fiz uma cirurgia e ela ficava me olhando espantada. Tem sido assim os meus dias. Vai demorar até todos se acostumarem e eu também. De fato foi uma grande mudança. Ainda bem que mudei para melhor né?

83º. Dia 03/12/2009 – Retomando a vida social. Hoje almoço com a “galera do trabalho”. Como sempre cheguei atrasada (o trabalho me consome). Mas cheguei em tempo de ver todos que lá estavam e o melhor: comi e não paguei, ganhei um sorteio e meu almoço saiu grátis. Foi muito divertido. Até a próxima.

82º. Dia 02/12/2009- Minha abertura de boca já está com 31mm. Boa notícia. Não sei se terei de retornar aos 38mm que tinha antes da cirurgia. Acho que sim. Continuo com exercícios e fisioterapia. Na fono estou trabalhando mastigação. Reaprendendo a comer. No mais estou voltando ao ritmo. Fui ao salão pela primeira vez desde a cirurgia. Estava cansada do meu visual. No próximo dia 10 estarei num encontro organizado por Dra. Vanessa, com os pacientes que foram operados por ela e sua equipe. Retornarei depois contando as novidades.

CIRURGIA ORTOGNATICA: E SE PASSARAM MAIS DE 80 DIAS

81º. Dia 01/12/2009 – Estive um pouco ansiosa porque minha fala ainda trava. Mas após a revisão, com Dra. Vanessa e a consulta de hoje com a fonodiologa, Mayra, fiquei mais tranqüila e resolvi não me preocupar mais com isso. Continuarei com a paciência que tive até agora. Optei por fazer mais algumas sessões de fisioterapia (com a impagável Valma) e isso tem me ajudado. Meu nariz de vez em quando entope, mas não mais me aterroriza. Nem remédio preciso usar. Não ligo mais pra ele. Estou dormindo com os anjos. Vou ao otorrino ver como ele anda. Já fui liberada para voltar a minha vida normal, com exceção de impactos (correr, pular, etc.). No mais, estou muito feliz porque acordo todos os dias sem sentir dor alguma. Quem sofreu ou sofre como eu sofria, entende a alegria dessa sensação. Agora é só alegria. Em breve trarei mais novidades.

74º. Dia 23/11/2009. Completo 74 dias de operada hoje. Ontem fui à praia pela primeira vez, mas ainda evitando o sol. Hoje o que mais me incomoda é a fala ainda arrastada. Por mais que me esforce a voz sai diferente. As vezes consigo emitir o som como antes, mas não consigo manter. Mas ainda é cedo, eu sei. O queixo ainda insensível e formigando. Pela manhã amanheço sempre com a sensação de estar com a boca encolhida; preciso fazer um monte de caretas para ir esticando os músculos. A boca ainda não abre o suficiente, é uma dificuldade. Ainda tenho edemas. Mas estou comendo tudo e procuro mastigar bem para facilitar o processo. No geral estou bem.

60º. Dia. 10/11/2009 Hoje completei sessenta dias de operada! Tudo anda bem. Quase já consigo colocar três dedos na boca...a abertura está melhorando. Amanhã vou medir na revisão. Hoje também foi minha segunda sessão com a fono. Ainda não pude passar para a segunda etapa de exercícios. Não consigo ainda fazer todos da primeira fase corretamente. Fiquei um pouco decepcionada, mas só porque sou perfeccionista. A fono me disse que não devo exigir tanto de mim. É um bom conselho, vou segui-lo. Só quero saber se meu progresso está de acordo com o esperado. Não quero estar abaixo da previsão. Não estou. Ela também solicitou que eu providenciasse cortar o freio da minha língua que está muito curto impedindo a mobilidade ideal da língua. Vou ver isso com Dra. Vanessa amanhã. Recomeço a trabalhar dia 12. Estou tranqüila.


62º. Dia -12/11/2009 – Hoje voltei ao trabalho. Fui recebida com grande alegria pelos meus colegas. Todos aprovaram o resultado da cirurgia e me acharam mais bonita. Ainda bem. Ainda tenho muita estrada pela frente. Mais 120 dias até completo desaparecimento dos edemas. A fala irá melhorar com o trabalho da fonodiologa e muita disciplina. Tudo é festa agora. Vamos encarar a vida!!!

64º. Dia. 14/11/2009 - A volta ao trabalho não me causou grandes impactos físicos. Estou suportando bem. Mas ainda tem muito chão. Tenho bastante edemas e problemas com a fala, minha abertura de boca ainda não é ideal. Mas a cirurgia ainda é muito recente e minha evolução está acima da expectativa. Só preciso continuar com a mesma paciência e nada de exigir além do que posso. Ainda acordo com a boca travada, e o queixo latejando e formigando muito. Melhora ao longo do dia com os exercícios, que precisam ser constantes. O queixo dói de vez em quando. Dá umas pontadas. Mas é tudo normal. Dra. Vanessa já tinha avisado sobre a possibilidade de isso acontecer. Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

48º. Dia- 28/10/2009
Amanheci hoje um pouco mais inchada. Muito tempo no computador na segunda e terça. Mas queria ir logo testando minha resistência. Em breve volto a trabalhar. Mas no decorrer do dia o edema regride de novo.
Hoje finalmente tirei a placa. Recomecei a manutenção com o ortodontista também. Pensei que ia ficar livre das borrachas...Ledo engano. Minha boca não abriu muito desde a última revisão. Vou ter de reforçar com fisioterapeuta especifico para atm. Já marquei. De resto liberado geral o cardápio; tudo que eu quiser (menos frutos do mar).
49º. Dia. 30/10/2009
Resolvi não ir a especialista de ATM por enquanto. Vou continuar com a minha fisioterapeuta até a próxima revisão com Dra. Vanessa.Estou tentando novos exercícios para abrir a boca. Hoje dirigi sozinha pela segunda vez. Deixei o carro estacionado no sol e ao retornar para casa peguei um engarrafamento de meio-dia fenomenal... O calor me fez inchar um pouco. Mas quando chegou a noite já estava normal de novo. É assim mesmo a partir de agora. Senti um ardor no palato (céu da boca). Mas minha médica informou que na cirurgia como a minha a cicatrização dessa região dura 180 dias já que novo osso esta sendo formado e o ardor é normal. Mas me tranqüilizou dizendo que minha consolidação está ótima.

40º. Dia. 20/10/2009

Revisão com Dra. Vanessa. Estou muito bem segundo avaliação médica. Já marcamos o dia 28 para retirar a placa, graças a Deus!!!! Sinto um incomodo no local do implante (aproveitei a cirurgia para já fazer isso também) quando faço exercícios de abertura de boca. Fui encaminhada para radiografar o local, mas ao exame clínico nada apresenta. A cicatrização está perfeita. Deve ser normal, já que é próximo ao corte da mandíbula onde tem uma placa.
Fui liberada para comer pizza, sanduíche de queixo, lasanha, carne bem mole caso consiga mastigar.
Abertura da boca com 23mm...grande progresso. Consigo colocar dois dedos verticalmente na boca. Antes da cirurgia tinha 38mm.
Consegui tomar café com cuscuz....Me libertei do mingau de todas as noites!

É uma sensação estranha mastigar. Não sei bem como fazer...vou ter de reaprender! Não tenho sensibilidade plena nos dentes e fica esquisito. A língua fica “perdida” na boca. Trabalho para fonodiologa. Mas o paladar fica intacto, felizmente. Desde o hospital sinto o sabor normalmente dos alimentos.

41º dia. 21/10/2009
Hoje dormi pela primeira vez com dois travesseiros, sem inclinação e pude virar de lado. Não acordei inchada. Aos poucos a vida vai voltando ao normal. Precisa ter paciência. São seis meses para desaparecimento total dos edemas. Ainda estou com “sorriso de boneca”, porque os músculos estão presos...mas vai soltar.

30º. Dia. 16/10/2009

Á esta altura já estava fazendo exercícios para regularização da fala mexendo muito os lábios, falando muito para estimular a musculação. Senti alguma dor no queixo, muito incomodativa, mas natural porque o músculo estava inativo e agora obrigado a trabalhar reclamou. Insisti por orientação médica, nos exercícios e fala, e foi melhorando a dor. Abertura da boca ainda com dois dedos... precisa melhorar.Já não necessitava mais do auxilio da minha técnica de enfermagem, que já tinha ido embora e deixado muitas saudades. Fazia minha própria higiene, colocava as borrachas sozinha.

37º. Dia 17/10/2009

Nesta madrugada acordei com uma forte dor no queixo. Precisei levantar e tomar analgésico. Acordei ainda com o local dolorido. Fiz alguns exercícios, sem forçar demais. Aguardar próxima revisão para falar com Dra. Vanessa.

Hoje consegui tomar café com pão e no almoço? Miojo! O cardápio vai variando.

39º. Dia. 19/10/2009

Meu queixo parou de doer. Acho que se acomodou aos novos exercícios

11º. Dia. 20/09/2009
A família reunida em casa, muita conversa e eu a escrever para lá e para cá. Esqueci, abaixei a cabeça e resultado? Seroma! "O seroma é uma coleção de líquido, constituído normalmente de plasma e linfa, no tecido subcutâneo (abaixo da pele). Ele se deve pelo extravasamento da linfa e/ou do plasma após cirurgias, em especial naquelas que exigem um descolamento maior de tecido (...) Também pode ocorrer do seroma ser expelido espontaneamente através da incisão ainda não cicatrizada"



14º. Dia. 23/09/2009
Revisão com Dra. Vanessa. O Seroma foi imediatamente identificado por ela e é claro, não escapei da merecida “bronca”. Tentou espremer mas nada saiu. Estava muito duro.Me queixei do nariz e pedi outra solução. Já não suportava mais a gaze. Estava com o nariz muito machucado. Aí resolvemos tentar a nebulização. Não estava fazendo porque no hospital estava tendo efeito contrário. Resolvemos tentar de novo.
Neste mesmo dia, por volta das 20h, o seroma começou a ser expelido através de um ponto e Sinara espremeu mais um pouco durante a escovação dos dentes.



15º. Dia 24/09/2009-
Recomecei a nebulização e partir daí acabaram meus problemas de respiração. Nada mais me afligiu desde então. Poucos dias depois comecei a tomar uma medicação fitoterápica para auxiliar na diluição do seroma. Agora é só paciência. Cada dia uma melhora, como diz meu sobrinho Saulo, que enfrentou bravamente seu pós-operatório e me inspirou a ser calma e paciente no processo.

3º. Dia. 12/09/2009

Recebi a visita de outro médico da equipe, Dr. Gustavo, que colocou as borrachas para travar a boca. Fiquei um pouco preocupada porque a respiração estava ruim. Mas ele disse que eu deveria respirar pela boca neste primeiro momento e consegui fazer isso entre os dentes. Imaginem! Mas faz parte do processo. Comecei a fazer sessões de fisioterapia com drenagem linfática facial com a fisioterapeuta do hospital.


4º. Dia- 13/09/2009

Logo cedo Dra Vanessa e Dr. Gustavo me visitaram. Me deram alta, prescreveram a medicação (extensa lista) e já fiquei agendada para estar no consultório na segunda-feira para revisão com Dra. Vanessa. Fui para casa, passei o resto do dia razovelmente bem, mas a respiração continuava difícil. Não consegui dormir. Situação que se repetiu pelos próximos dias.



5º. Dia 14/09/2009

Revisão com Dra. Vanessa. Bom desenvolvimento do processo de cicatrização. Não mais voltei a ter sangramento desde o hospital, graças a Deus. Mas o nariz.....nada. Fiz mais uma aspiração no consultório.Primeiro dia de fisioterapia em casa.

8º. Dia -17/09/2009
Revisão com Dra. Vanessa. A cicatrização e limpeza estavam ótimas. Tudo corria bem, mas o nariz.....nada. Dra. Vanessa então teve uma saída momentaneamente milagrosa. Ensinou a Sinara cortar ao meio uma gase, enrolar molhar com afrin e colocar nas narinas por meia hora. Quando retirava sempre tinha alguma secreção para limpar e eu ficava o dia tôo respirando. Fazia duas vezes por dia. Pela manhã e a noite. Mesmo assim não consegui dormir toda a noite porque o nariz entupia.

2º. Dia – 11/09/20009 –

Logo cedo recebi a visita de um dos médicos da equipe, Dr. Lucas, que trocou o curativo e me avisou que eu iria para o quarto e teria alta no dia seguinte (sábado). Começou a ser liberada a alimentação liquida. Água de coco, suplemento alimentar, sucos, etc. Minha irmã ficou um pouco comigo, minha mãe chegou logo depois, mas tiveram de ir embora logo. Não é permitido acompanhantes na UTI, então. Fiquei aguardando a liberação do quarto. Não sentia nada até então

No decorrer do dia comecei a ter dificuldades respiratórias Fiquei tão sufocada que a fisioterapeuta do hospital, após consultar o médico plantonista, efetuou aspiração do meu nariz. Tive uma pequena melhora. Foi uma medida emergencial, que não é recomendada pelos meus médicos que me operaram, mas naquele momento foi o que se pode fazer. Melhorei um pouco e sai da UTI por volta das 16:00h para o quarto, onde minha irmã e a técnica de enfermagem da equipe estavam a minha espera. No inicio da noite, comecei a ter sangramentos pelo nariz em quantidade exagerada, que enchia a boca, escorria e ainda descia pela garganta. Um dos médicos da equipe foi chamado e fez aspiração e tamponamento em uma das narinas. Algum tempo depois fiquei completamente sem ar porque não consegui respirar pela boca, somente sendo salva quando minha irmã me incentivou a vomitar e consegui expelir um enorme coagulo de sangue que obstruía a garganta. Dra. Vanessa foi chamada e rapidamente chegou ao hospital me examinou. O sangramento já tinha cessado então. Ela tomou medidas para se assegurar que não teria mais sangramento, passou medicação adequada e ficou ao lado do meu leito até as 05:30h quando todos nós conseguimos dormir. Foi a pior noite da minha vida. A alta foi postergada para domingo, dia 13/09/2009, por razões óbvias.

DIÁRIO DA CIRURGIA.

09/09/2009 - INTERNAMENTO
Após ter me alimentado, por volta da 18:00h. Não comi mais nada. Jejum completo a partir daí. Fui para o hospital às 19h, onde fui instalada no quarto 139.

1º. Dia. CIRUGIA – 10/09/2009

Acordei por volta das 06 da manhã. Tomei um pré-anestésico. Fui levada para o centro cirúrgico as 07:30h e acordei por volta das 20:00h com uma enfermeira me dizendo que eu seria encaminhada para UTI e que minha família já tinha sido avisada. Foram 08 horas de cirurgia, mas tudo correu bem, um verdadeiro sucesso segundo os médicos. O quarto foi desocupado já que agora estava na UTI.

Ao chegar na UTI, após ser instalada minha irmã (meu anjo da guarda) mãe de meu sobrinho que tinha sido operado 08 meses antes, me informou que a cirurgia tinha sido um sucesso e que eu ia ficar a noite na UTI porque ia precisar de tomar sangue. Os médicos acharam melhor que ficasse na UTI para ser melhor monitorada. Fiquei calma. Sentia-me bem. Passei a noite sem intercorrências. Dormi pouco porque o monitoramento era constante. Tive que fazer exames de sangues periódicos após cada bolsa de sangue que tomava. A partir do resultados os médicos decidiam se eu ia tomar mais uma bolsa ou não. Terminei tomando três bolsas de sangue. Lembrem-se que é preciso fazer reserva de sangue para essa cirurgia. Tive bons amigos que doaram sangue para mim, garantindo a reserva no banco de sangue do hospital. Agradeço a todos, inclusive a minha boa e velha amiga Regina Celi, sempre disposta a ajudar e Rafael estagiário que trabalha comigo.

A Cirurgia Ortognática é a sub-especialidade da Cirurgia Buco Maxilo Facial que reune um grupo de procedimentos cirúrgicos que tem como objetivo principal corrigir as deformidades dento-faciais, resultantes de algum tipo de falha no posicionamento satisfatório das arcadas dentárias e ossos da face em relação à base do crânio, comprometendo o funcionamento correto dos maxilares, podendo causar dores nas articulações, dores de cabeça, dificuldades no sono e respiração.

O meu caso específico Micrognatismo ou Retrognatismo: A mandíbula (parte inferior) é menor que o maxilar (parte superior). Sentia dores nos dentes causadas pela má oclusão, sendo esta conseqüência da deformidade óssea. Procurei vários especialistas e todos foram unânimes na necessidade de tratamento cirúrgico. Em principio pensei em não fazer, mas a medida que as dores iam aumentando, resolvi por fim ao sofrimento e iniciei o tratamento para a cirurgia, incentivada por meu sobrinho que também iria se submeter à mesma cirurgia.
É preciso um tratamento com um bom ortodontista, que já tenha experiências com pacientes cirúrgicos. O tratamento ortodôntico é necessário para que os dentes fiquem corretamente alinhados antes da cirurgia, uma vez que, esta apenas corrige a deformidade óssea.
Necessário se informar bem e corretamente sobre a cirurgia e principalmente sobre o pós-operatório para que fique ciente de tudo que irá passar para que enfrente com serenidade e calma, porque não é fácil. Fale com seu médico, tire suas dúvidas, pesquise. Além do apoio familiar, muito necessário, precisará nos primeiros 10 a 15 dias de uma técnica de enfermagem com experiência neste tipo de cirurgia, para auxiliar na higiene bucal e demais cuidados necessários. Quando estiver já independente na rotina de higiene e colocação das borrachas já não precisará mais do auxílio profissional. Fiquei com Sinara por aproximadamente 20 dias. Durante um pouco mais de 15 ela dormia em casa, só passando a vir apenas durante o dia quando eu já respirava bem e já tinha aprendido a colocar as borrachas e escovar os dentes e tinha retirado todos os pontos.

A fisionomia muda bastante, sempre para melhor, desde que tenha bons profissionais lhe assistindo. Logo após a cirurgia o rosto fica bastante inchado, sendo o pico do edema com 72 h. Depois vai desinchando. Muito gelo até este período. Depois bolsas de água quente.

08 meses antes meu sobrinho fez a mesma cirurgia (o problema dele era contrário do meu) e acompanhei de perto todo o processo o que já me preparou um pouco, mas é preciso passar para saber o que é. Cada caso é um caso.

Vou relatar o diário do meu pós-operatório. Quem consultar este blog terá uma idéia do que acontece com um “operado ortognático”. Só lembrando que cada caso é um caso e cada pessoa pode ter uma reação diferente da outra. Nem todo mundo passará necessariamente o que passei, mas poderá ficar mais tranqüilo quanto as intercorrências, sabendo que há momentos difíceis, mas tudo passa. É preciso se alimentar bem. Comer mesmo se não tiver vontade. A boa alimentação ajuda a recuperação.